sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Dostoievski ,meu autor

Escritor russo. Cursa estudos militares, que rapidamente abandona para se dedicar à literatura. Homem enfermiço (era epiléptico) e atormentado, tem uma vida difícil, mas no final dos seus dias conhece a fama. De Dostoievski pode dizer-se com justiça que é um romancista tipicamente russo e que representa na sua pessoa e na sua obra as grandezas e misérias da Rússia. O seu pai, um personagem tenebroso e alcoólico que morre assassinado, marca-o profundamente na sua juventude. As crises de epilepsia também perturbam gravemente toda a sua vida. Aos vinte anos inicia a carreira militar e aos vinte e quatro publica com êxito imediato um romance epistolar, Pobre Gente. Em 1849, comprometido numa conspiração, é condenado à morte; a pena é comutada por vários anos de trabalhos forçados na Sibéria. Isto permite-lhe uma observação minuciosa dos habitantes da povoação e leva-o a descobrir os Evangelhos, o que influi poderosamente no seu carácter. Recordações da Casa Morta é uma terrível descrição destes anos de presídio. Dostoievski, como outros romancistas do seu século (Dickens, Balzac), publica as suas narrativas por fascículos em diversos jornais. Aparece assim Humilhados e Ofendidos. O escritor viaja, luta com a censura e leva uma vida muito activa. Em 1866 fica viúvo e escreve O Jogador, vibrante confissão, baseada na sua própria experiência, de um homem possuído pela paixão do jogo. Neste mesmo ano escreve Crime e Castigo. O Idiota concede-lhe nova celebridade. O seu último grande romance é Os Irmãos Karamazov. O seu estilo, inconfundível, distingue-se por uma tensão nervosa exacerbada, por uma espécie de vibração interior. Os protagonistas são geralmente criminais, doentes ou loucos, sempre fora da normalidade. São personagens que vivem numa crise contínua; no seu interior produz-se uma dramática luta entre as forças do bem e do mal. Com frequência o protagonista, humilhado sob o peso das injustiças sociais, mostra-se a si mesmo como um bufarinheiro e parece experimentar um prazer mórbido na sua decadência. Nesta situação é objecto de visões e alucinações que dão ao relato um tom vibrante. O envelhecimento da pessoa, o pecado e a redenção são outros tantos aspectos sempre presentes na obra de Dostoievski.

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